Síndrome da falsa esperança

Recomeçar é melhor do que continuar?

Muitas vezes, quando o ano está começando, sentimos que podemos mudar, fazer diferente. Essa sensação nos trouxe até aqui e diversos neurotransmissores cerebrais estão envolvidos nas metas de ano novo (principalmente dopamina, mas também a norepinefrina). A resolução de ser e fazer diferente desencadeia uma sensação de controle e alívio, que é um dos objetivos dos neurotransmissores – modular os estados de ânimo.

A decisão de mudar desencadeia sentimentos de esperança, de entusiasmo, de excitação (ativação da dopamina), mas que podem ser significativos engodos para o cérebro. Se nossas expectativas de realização não são alcançadas (raramente são), e precisamos passar para a fase da força de vontade e aumentar os esforços, mas não conseguimos, somos arrebatados por sentimentos de culpa, vergonha e inadequação.

Depois dessa fase, voltamos a reagir com alguma estratégia nova – um curso, uma viagem, qualquer atividade – e renovamos as esperanças. Instala-se um ciclo de falsas esperanças: constantes recomeços sem resultados. Os pesquisadores batizaram esse fenômeno de síndrome da falsa esperança. Nesse caso, o vício é o recomeçopersistente, sem finalização nos empreendimentos.

Muitas pessoas gostam dessa fase inicial: decidir mudar, fazer o planejamento; por isso, pode parecer para algumas pessoas que é tão fácil estar sempre recomeçando. Porém, quando chega a parte da realização propriamente dita – diminuir conflitos, enfrentar o medo, exercer autocontrole, fazer renúncias – as pessoas desistem.

O vício no entusiasmo do recomeço é difícil de identificar e tratar; é uma verdadeira armadilha da força de vontade. A transição do desejo para o esforço está fortemente relacionada à superação da síndrome da falsa esperança. A busca pela realização de uma meta não é um permanente recomeço, como se fosse um eterno início de namoro.

Existe um limiar sutil entre a motivação de que precisamos para fazer uma mudança e o tipo de otimismo irrealista que pode sabotar as suas metas. McGonigal, 2013

Você já se percebeu na situação de “eternos recomeços”?

Você se empolga com os “novos” planos para o ano mas vai perdendo “fôlego” no caminho?

Você pode saber mais sobre o funcionamento cerebral nas resoluções de ano novo, no livro Máxima Performance em 12 Passos.